Locução profissional: como eu cheguei até aqui

Locução profissional: como eu cheguei até aqui

Agora que vocês já sabem o porquê de eu criar este blog (se não viu, veja aqui), acho que é hora de conhecerem mais da minha trajetória até a locução profissional.

Talvez vocês já tenham ouvido um podcast onde eu discuto isso com o Jeff, mas aqui eu vou aprofundar um pouquinho e trazer mais coisas que eu nunca conversei com vocês antes. Então venham comigo se quiserem saber mais sobre o meu caminho e pegar mais dicas.

Boraaaaa! ?

A publicitária Nadya

Quem vem me acompanhando e viu o post anterior sabe que eu me formei em publicidade pela Universidade Federal de Mato Grosso. E sabe também que eu troquei um curso por outro ?

Mas vamos lá: tava eu formada e louca pra começar a trabalhar, mas vocês acham que Alta Floresta, no interior de Mato Grosso, tava pronta pra comportar uma publicitária em 1996? Não!

Então eu procurei empregos nas TVs, nas rádios e jornais da cidade e consegui um emprego onde eu vendia publicidade pra FM que pertencia ao Pirovani. Lá eu fazia de tudo! Sabe o estagiário que faz tudo? Era tipo isso.

Ali, eu ainda aprendi um pouco de locução, mas eu não queria ser locutora!

Sabe aquele ego que, às vezes, quem é formado tem? Pois é, eu era pu-bli-ci-tá-ria formada ?, não ia fazer locução. Nunca! Eu tinha esse preconceito mesmo!

Mas eu acabei fazendo locução por ali e descobrindo um pouco sobre esse mercado.

Fui pros EUA

Era um dos meus sonhos, viajar pra aprender inglês no exterior. Então eu fui juntando dinheiro, até que consegui fazer meu visto e embarcar pros EUA.

Mas nem tudo foi as mil maravilhas que a gente pensa, tá? ?

Eu cheguei nos EUA, em 1999, sem falar nada de inglês e tendo que trabalhar pra me manter. Aí eu acabei indo engraxar sapato porque isso é real mesmo: 

quando a gente vê que estrangeiros trabalham com faxina, ou lavando pratos, ou engraxando sapatos, ou na construção civil, essa é a realidade mesmo.

Mulher dizendo Sorry no english

Então eu acabei engraxando sapatos e teve todo um processo ali até que eu me machuquei e não pude mais seguir. Por isso, eu acabei indo trabalhar de babá na casa de uma família que eu amo até hoje! Foi nisso tudo que eu aprendi inglês.

Tudo isso eu conto com mais detalhes neste podcast:

>> De falida a locutora internacional <<

Em 2002 eu voltei pro Brasil  ?

O Brasil tava diferente

Mas, na verdade, era eu quem tinha mudado. Foram muitas experiências novas e marcantes, enquanto, por aqui, a impressão é que tava tudo na mesma.

Então eu voltei totalmente deslocada, mas consegui voltar a trabalhar com o Pirovani no mesmo setor que eu trabalhava lá atrás. Mas a minha “noia” mesmo era a estabilidade.

Quem nunca pensou que precisa ter uma estabilidade na vida tá mentindo, né!?

Então eu acabei fazendo um concurso público e aprovei. Fui ser professora de escola técnica lá em Alto Floresta. Mas alguns problemas depois, acabei pedindo exoneração. A LOUCA! ? Todo mundo dizia que eu era louca, mas eu não queria!

Pra saber tudo sobre isso, vai ver o podcast ?

Continuando na rádio, eu conheci o Jeff que tava procurando uma locução mais natural, mas não deu certo. Mas isso serviu pra ser o nosso primeiro contato via MSN. Se você sabe o que é MSN e usou, me conta nos comentários aqui abaixo, qual era seu nick e seu status favorito ?

PS.: conta agora pra não esquecer depois!

Eu fali minha empresa

Pedi exoneração e virei empreendedora.

Comprei uma lojinha de um amigo onde eu vendia perfumes. Importava e vendia. Mas deu tudo errado porque eu não quis ajuda, pensei que sabia fazer tudo sozinha.

Mas gente, orientação e mentoria são essenciais. Eu não quis buscar nem o SEBRAE que ta aí pra isso, só pra vocês terem uma ideia. E o resultado foi a falência. Não só fali, como fiquei devendo pra Deus e o mundo. Ou seja: tomei no tororó! ?

Chandler, da Série Friends, dizendo Vou sentir falta de poder comprar comida
Vou sentir falta de poder comprar comida

Eu tava completamente quebrada e pensei que nunca mais iria investir em algo de novo. Nessa época o Jeff e eu começamos a namorar e eu tava gravando alguns comerciais pra fazer um extra.

O Jeff acreditava muito em mim e eu não acreditava em nada. Eu não queria ser locutora de jeito nenhum. Eu só queria um emprego e ter estabilidade de novo. Mas aí surgiu a oportunidade de o Jeff (que era DJ) ir tocar numa boate em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso também.

A gente se mudou, o Jeff já tinha uma cabine naquela época, mas eu ainda não queria ser locutora, só gravava alguns comerciais. Então eu trabalhava na boate, tive problemas de saúde, tinha dívidas etc.

Eu acabei trabalhando em uma escola de inglês, mas ainda tava vendendo uns produtinhos aqui e ali. Até que fomos na famosa 25 de março, em São Paulo, comprar mais uns produtos e acabamos comprando passagens pra conhecer Florianópolis, em Santa Catarina (Floripa pros mais chegados).

Um pedacinho de terra perdido no mar!…

…Num pedacinho de terra
Beleza sem par
Jamais a natureza
Reuniu tanta beleza
Jamais algum poeta
Teve tanto pra cantar!

Olha o meu lado poetisa aflorando! Essa é a primeira estrofe do hino de Floripa, gente. Linda demais, né!?

Enfim, as passagens tavam muito baratas e o Jeff nunca tinha visto o mar. Quando a gente fez um tour onde a gente chegou no mirante da Lagoa da Conceição, o Jeff se apaixonou.

Se alguém não sabe, a maior parte de Floripa é uma ilha, e tem lagoas dentro dessa ilha (Lagoa da Conceição e Lagoa do Peri). Na Lagoa da Conceição tem um mirante onde você consegue uma visão linda de toda a lagoa, das dunas da Praia da Joaquina e do Atlântico. Olha essa foto:

Foto da Lagoa da Conceição vista do Mirante.

Explicando rapidinho: esse monte de casas aí é o bairro Lagoa da Conceição. Aí, não dá pra ver muito bem, mas no meio da foto tem uma ponte ligando essas duas faixas de terra. Toda essa água que tá entre as duas faixas de terra é a Lagoa da Conceição. Tem as dunas que chegam na Praia da Joaquina, e atrás dos morros está o Oceano Atlântico. Atrás desses morros ainda tem a Praia Mole (que é pra surfista), a Galheta (que é de nudismo) e a Barra da Lagoa.

É muita coisa numa foto só, né!? Isso que eu nem falei da cachoeira que não chega a aparecer nessa foto. Mas seguindo…

Sabem o que o Jeff me disse quando a gente tava aí em cima?

“Eu num quero nunca mais ir embora! Eu quero morar aqui!”

Quem era a doida que pedia exoneração? Eu! E ele o doido que queria pagar boleto na praia ?

Pagando boleto na praia

Aqui, a gente começou a trabalhar com outras coisas (detalhes no podcast) porque eu não queria MESMO ser locutora. Pelo amor de Jorge! Nunca que eu ia ser locutora.

Mas o Jeff queria muito e acreditava demais em mim. Além disso, começar um estúdio pra tentar o mercado de Floripa era uma coisa que fazia muito sentido pra ele, mas não pra mim!

Eu até fazia uns trabalhos ou outros, mas sem querer muito. Eu era muito chata e nunca ficava bom pra mim, mesmo o Jeff gostando. Acabou que a gente resolveu contratar uma consultoria do Ricardo Silva que era referência nacional.

Se eu fiz as coisas direito? ? ? ? não! Mas o Ricardo era ótimo, e orientou a gente em tudo. Em TUDO MESMO! E foi aqui que eu me tornei locutora de verdade.

Nadya Locutora

Depois de muita insistência e aprendizado eu deixei de ser aquela locutora de cidade pequena pra me tornar uma locutora de nível nacional.

A gente endoidou pra gravar uma demo matadora, e depois que ela saiu: pelo amor de Jorge, gente! Eu consegui vários trabalhos, até que eu cheguei no meu primeiro trabalho internacional.

Tem um ano de trabalho nesse período aí, gente. Mas eu vou deixar todos os detalhes desse caminho pro podcast. A questão é: eu consegui me destacar no mercado e me aceitar de vez como locutora.

Vocês podem me perguntar: “mas Nadya, por que você negava tanto ser locutora? Por que isso te assustava tanto?

Pra começar, eu tinha um conceito formado na minha cabeça sobre o que era ser locutor ou locutora: pra ser isso, tinha que ter aquele vozeirão de rádio. E não é nada disso, gente!

Personagem da Série The Good Place fazendo a dancinha do não. Representando que não precisa de vozerão pra fazer locução

Só que na época eu não entendia isso e ainda achava que não tinha esse talento. E, pra piorar, eu tinha um preconceito que vinha da faculdade. Lá, a gente achava que publicidade e jornalismo era o TOP, enquanto rádio e tv era reba – a fuleiragem, sabe!?

Com isso, eu ainda achava que locutores só podiam ser funcionários de rádios, só que não!

Somado a tudo isso, me assustava pensar que eu não ia conseguir, que eu não tinha talento, que eu não era capaz. Eu achava que eu não tinha voz pra ser locutora, mas existe voz certa pra ser locutora? Não, né!

Locução e o mercado da voz

Gente, no mercado da voz tem lugar pra todo mundo! E é isso que torna ele tão interessante.

Qualquer pessoa pode trabalhar com isso. Qualquer pessoa pode comprar um equipamento e começar a ganhar dinheiro com a voz. Claro que não é tão simples assim. Você precisa entender como projetar a voz, como fazer locução, se especializar, treinar, fazer networking etc.

Mas isso é o básico de qualquer carreira de sucesso, né!?

Pra vocês terem ideia das possibilidades desse mercado, antigamente a gente só fazia radio e tv. Hoje, a gente pode fazer tantas coisas. Olha só:

  • espera telefônica;
  • inteligência artificial;
  • atendimento humanizado;
  • voz pra brinquedos e outros objetos;
  • pro Google (e concorrentes);
  • voz pro celular;
  • áudio descrição;
  • treinamentos;
  • dublagem;
  • dublagem alternativa;
  • vídeos pra internet;
  • voice-over etc.

Essa lista poderia continuar. Você consegue ver a infinidade que é o mercado da voz? O futuro é falado, gente! Hoje você pega um trabalho pra uma dessas coisas e amanhã pra outra completamente diferente.

Você ainda pode se especializar em fazer algum tipo determinado de locução, ou ter um público específico em mente, ou mirar em uma mídia específica, quem sabe, até tirar o DRT de ator ou atriz pra trabalhar com dublagens e audiovisuais.

Quando eu digo que as possibilidades são infinitas eu tô quase certa ?

Destaque-se na locução!

Se destacar no mercado da locução não é difícil, mas também não é esse mamão com açúcar, tá!? Então, gente, pelo amor de Jorge, escutem meus conselhos.

Pra se destacar nesse mercado é necessário agregar valor na sua marca e ao seu nome! Isso significa trabalhar a sua marca, desde as redes sociais com fotos profissionais pra se posicionar como um(a) profissional de fato!

Além disso, é necessário ter uma demo matadora (aquele demonstrativo de voz TOP com padrão Rede Globo Nacional). Isso faz uma diferença gigantesca e te posiciona no mercado nacional.

Mas pra isso é necessário ter seus próprios equipamentos, não dá pra fazer na gravadora do amigo ou da amiga porque eles não vão estar disponíveis 24h pra gravar seus trabalhos toda hora que você quiser.

Olhar pro mercado e entender o que ele tá buscando também é agregar valor pra sua marca. Se o mercado tá buscando locução natural, entregue a melhor! Quer locução conversada? Entregue a melhor! Se quer um atendimento humanizado, entregue o melhor!

É sempre entregar o melhor. Mas isso só é possível se você estuda, se se especializa e treina, não dá pra ficar de lenga-lenga. Senão vocês tomam no tororó e perdem pra concorrência. E gente, o que mais falta hoje no mercado da voz é gente entregando trabalho de qualidade.

Então, se destacar não é tão difícil assim. Basta correr atrás! Os benefícios de se destacar valem a pena!

A liberdade da locução!

Eu consegui me destacar no mercado da voz, e adivinhem o que eu alcancei com isso: liberdade!

Mas não foi qualquer liberdade, foram muitas!

Além da liberdade financeira (porque eu tava ferrada antes da locução?), hoje eu tenho liberdade de horários e liberdade geográfica.

Gênio do Aladin dizendo "eu estou livre". É a sensasão de liberdade que a Nadya ganhou com a locução.

Vai me dizer que existe algo melhor do que poder trabalhar quando e de onde quiser? Duvidooo! Eu posso escolher meu horário, e morar onde eu quiser, ir na praia na hora que eu quiser, dormir a hora que eu quiser, ser minha própria chefe.

Liberdade foi o maior sonho que eu realizei nesse ramo. E eu quero que todo mundo possa ter o mesmo!

Dica EXCLUSIVA

Quem viu ou ouviu o podcast que eu falei lá em cima, sabe que eu dei 6 passos (ou dicas) pra quem quer estar nesse mercado. E eu resolvi compartilhar mais uma dica que não tá no podcast, então aproveitem porque geralmente eu falo disso no meu curso:

Copy é a chave da prospecção!

Fazer prospecção não é só sair mandando e-mail com demo anexado. Se você manda demo anexado, pelo amor de Jorge, para! Não é assim que se faz, investe num site profissional.

Mas voltando pra prospecção: você precisa fazer seu cliente abrir esse e-mail, e como fazer isso?

A resposta é o copy! Um copy bem escrito precisa agregar valor à sua marca a ao seu nome.

Desde o título do e-mail, a copy já tá valendo e é ela quem vai fazer esse(a) potencial cliente parar 2min do dia dele(a) pra escutar essa demo matadora e fechar trabalhos com você.

Sem agregar valor na experiência do cliente, em você e na sua marca, você vai ser só mais um locutor, ou uma locutora, no mercado! Se você quer chegar de voadeira com os dois pés na porta do mercado da locução, essa é a chave!

Pra conhecer os outros 6 passos, dá play no podcast:

>> Podcast Ganhe com a Voz #001 – De falida a locutora internacional <<

Só lembrando que ele também está disponível em todas as plataformas de podcasts, e você o encontra buscando por “podcast ganhe com a voz” ?

Agora é a vez de vocês:

Quais perrengues vocês já passaram até descobrir que é possível ganhar dinheiro com a voz e decidir entrar pra locução? Me contem nos comentários aqui abaixo!

Beijo e boraaaaa! ?

One Comment

  • Gislaine Gonçalves

    Nadya, sua história é inspiradora e o mais inspirador é que não parece uma história irreal. Cada vez que a gente lê, ouve ou assiste você, encontra alguma coisa em comum, a gente se identifica. Isso dá o gás pra gente continuar acreditando. Parabéns pelo blog!

Post A Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *